Otologia

O laboratório de pesquisa otoneurológica do INSTITUTO FELIPPU está estruturado para atender casos de doenças do ouvido. Realiza provas de calibração, nistagmo espontâneo, nistagmo semi-espontaneo, rastreio pendular, nistagmo optocinético, PRPD, prova calórica com otocalorímetro à ar, e ainda cirurgias de restauração da membrana perfurada do tímpano (timpanoplastia), mastoidectomia e estapedectomia.

Além disso, possui aparelhos de videonistagmografia computadorizada, videonistagmoscopia por infravermelho (óculos de frenzel) e reabilitação vestibular.
O departamento de otologia oferece serviços de audiologia clínica, audiometria, impedanciometria e labirintologia.

Doenças

Zumbido (barulho no ouvido)

Diferentes doenças podem causar o zumbido. É fundamental investigar as suas causas através de avaliação otorrinolaringológica e exames complementares.

E mesmo não sendo decorrente de doenças graves, o zumbido pode prejudicar a qualidade de vida do paciente, que descreve a sensação como um barulho no ouvido.

Existem diferentes opções de tratamento e, muitas vezes, é preciso realizar uma abordagem multiprofissional, personalizada de acordo com as causas.

Surdez

Entre várias funções vitais, o ouvido é responsável pelo sentido da audição, que capta informações sonoras.
Cerca de 25 milhões de brasileiros apresentam problemas de audição por consequência de ruídos, já que alguns sons do ambiente podem ser nocivos ao ouvido.

Com isso, muitos pacientes acabam desenvolvendo complicações emocionais, psicológicas, profissionais, além de déficit de aprendizado e alteração na fala.

As causas da surdez decorrem basicamente de dois tipos:

Surdez de condução

Afeta o ouvido externo ou médio e acontece quando as ondas sonoras não são bem conduzidas para o ouvido interno. As principais causas são:

  • Infecção no ouvido por ocorrência de catarro na região (otite secretora ou otite serosa);
  • Infecção Aguda (otite média aguda);
  • Infecção Crônica (otite média crônica);
  • Excesso de cera no ouvido;
  • Perfuração timpânica;
  • Otosclerose (imobilização de um ou mais ossinhos do ouvido).

O tratamento da surdez de condução pode ser resolvido com tratamento médico (remédios) ou cirurgia, dependendo do caso.

Surdez do nervo auditivo ou da cóclea

É aquela que ocorre quando a cóclea, que é o órgão interno da audição, não consegue transformar a energia mecânica da vibração que o som produz em energia elétrica para transmiti-la ao cérebro, que irá entender o som. As principais causas são:

  • Exposição a ruídos de alta intensidade ou sons altos;
  • Presbiacusia (surdez decorrente da idade);
  • Viroses (rubéola, caxumba);
  • Meningite;
  • Reações adversas a medicamentos e drogas;
  • Propensão familiar (hereditariedade);
  • Trauma na cabeça;
  • Doenças cardíacas;
  • Doenças circulatórias;
  • Defeitos congênitos;
  • Alergias;
  • Problemas metabólicos (diabetes).

Perda da audição induzida por ruído (PAIR)

A exposição contínua do paciente a altos níveis de ruído pode levá-lo à deficiência auditiva. Existem variações consideráveis de susceptibilidade ao barulho entre cada paciente. Entretanto, padrões que vêm sendo estabelecidos indicam a média de som que uma pessoa pode tolerar sem experimentar dano em seus ouvidos. Apesar de esses níveis serem controversos, é indicado aos pacientes que não se exponham a ruídos que excedam 90 dBA.

Com este critério é possível proteger aproximadamente 90% das pessoas que chegam a estes limites de som por um tempo significativo de horas diárias. Para períodos menores de exposição ao ruído, os níveis aumentam um pouco. Não há níveis conhecidos de ruído que especifiquem o aparecimento do zumbido.

Otosclerose

A otosclerose ou otospongiose é uma causa comum de surdez que se apresenta quando ocorre alteração no osso chamado estribo, que fazem com que ele se imobilize e transmita menos o som para a cóclea. Estas alterações também podem ocorrer em regiões da cóclea levando à surdez da cóclea.

Normalmente é mais comum em mulheres do que em homens e, curiosamente, é rara em negros. A otosclerose é hereditária e surge normalmente em pacientes com idade entre 20 e 30 anos, piora ainda mais quando a portadora está gestante.

Na maioria dos casos (70%) afeta um ouvido só, e em alguns casos podem ser acompanhados de zumbido (barulho no ouvido).
A surdez é progressiva e vai piorando com o tempo, lenta ou rapidamente, após os 50 anos de idade piora muito e pode chegar à surdez total.

Para saber qual o tipo de otosclerose, o seu médico otorrinolaringologista vai pedir alguns exames, entre eles audiometria.

Existem alguns tratamentos médicos (remédios) que podem fazer a doença estacionar ou ter evolução mais lenta. O remédio não faz a audição melhorar.

Aparelho auditivo pode ser usado para qualquer tipo de otosclerose.

Quando a doença se dá no estribo, existe a possibilidade da cirurgia conhecida como estapedectomia.

Cirurgia

Timpanoplastia

A cirurgia de timpanoplastia restaura a membrana de tímpanos que apresentam perfurações, além de restaurar os ossinhos (martelo, bigorna, estribo), que apresentam alterações, visando a melhoria da audição.

O procedimento é feito com anestesia local e sedação ou com anestesia geral.

Dependendo do nível da perfuração no tímpano, a cirurgia pode ser realizada através do canal auditivo, por um pequeno corte no canal, ou por um corte atrás da orelha. É utilizada uma membrana que recobre um músculo ou que recobre a cartilagem da orelha. O tempo de permanência no hospital normalmente é de um dia.

Mastoidectomia

A mastoidectomia é a cirurgia realizada no tratamento da infecção do osso temporal, onde estão contidas as estruturas do ouvido. A mastoide é um osso poroso que faz parte do ouvido, mas é retirado em casos de otite média crônica.

É feita uma incisão atrás da orelha, onde se expõe o ouvido e a mastoide. Depois é utilizado um microscópio cirúrgico e um micromotor com brocas, para limpar toda a doença existente na mastoide.

Dependendo da doença, é preciso limpar toda a região da cavidade timpânica, onde estão localizados os ossinhos martelo, bigorna e estribo.

Em casos de colesteatomas ou infecção grave, é feita a cirurgia mastoidectomia radical, procedimento onde são retirados esses ossinhos, tornando o ouvido e a mastoide uma só cavidade.

A maetoplastia é o procedimento de adaptação do conduto auditivo externo, tornando-o maior.

A timpanomastoidectomia é uma cirurgia similar, alternativa para casos menos graves, onde os ossinhos são refeitos.

Estapedectomia

A cirurgia de estapedectomia é a substituição do estribo por uma prótese artificial de plástico ou metal. O procedimento é realizado com um microscópio através do canal externo do ouvido, ou através de um corte junto ao orifício do conduto auditivo externo, com anestesia local e sedação ou com anestesia geral.

Em toda cirurgia existem riscos e complicações, que são raras, mas podem acontecer e todos os pacientes devem ter conhecimento. É muito importante obter do seu médico todo esclarecimento necessário sobre os detalhes da doença.

Orientações para uma boa saúde auditiva

As perguntas abaixo podem ajudá-lo a analisar se sua audição precisa ser verificada:

  • Você costuma pedir para que as pessoas repitam o que acabaram de dizer?
  • Você prefere o volume da TV ou do rádio mais alto que as demais pessoas?
  • As pessoas parecem estar murmurando quando falam com você?
  • Você tem zumbido nos ouvidos?
  • Você responde coisas diferentes das que foram perguntadas?
  • Você sente dificuldade durante conversas ao telefone?
  • Você escuta o que as pessoas falam, mas não entende?

Se a resposta para alguma destas perguntas for afirmativa, é recomendável que você procure um médico otorrinolaringologista para uma avaliação mais detalhada, pois você pode estar desenvolvendo uma perda auditiva.

Não existe idade para se suspeitar de uma perda auditiva. Leve seu filho ao otorrinolaringologista se houver qualquer suspeita de que ele possa não estar ouvindo bem, como:

  • Não reagir a barulhos como trovão, buzina, bater de porta, etc.
  • Não responder quando é chamado
  • Não reagir com a voz da mãe no berço
  • Chorar e gritar muito
  • Ter dificuldade para falar ou não falar nada a partir de um ano e meio de idade
  • Mexer os lábios sem falar nada
  • Aumentar o rádio ou a TV
  • Pedir para repetir o que é dito
  • Ser distraído, desatento, agitado
  • Ter o desenvolvimento da fala atrasado se comparado com sua faixa etária
  • Ter problemas de aprendizado escolar
  • Ter problemas de relacionamento social

Se no local de trabalho há exposição a ruído constante, tenha sempre o acompanhamento de um médico otorrinolaringologista para avaliar sua audição através de consulta e exames específicos. Use equipamentos de proteção individual (EPI).

Evite ambientes ruidosos. Se após o período de exposição, seja no trabalho ou em atividades de entretenimento, como festas, shows, foguetórios, aparecer zumbido no ouvido, é sinal de lesão auditiva. Pode ser transitório ou até irreversível.

Fones de ouvido podem ser perigosos à sua audição:

  • Se, ao escutar música em fones de ouvido, você perguntar para as pessoas ao seu redor se elas escutam o som proveniente dos fones e a resposta for positiva, diminua o volume.
  • Em ambientes ruidosos, a tendência é aumentar o volume. Fique atento.
  • Não coloque objetos nos ouvidos, como lápis, tampas de canetas, grampos ou cotonetes.
  • Não tente retirar a cera, já que ela funciona como lubrificante e protetor contra micróbios, devido aos agentes bactericidas.
  • Não pingue qualquer remédio no ouvido sem antes consultar o seu médico.